Ah aaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!
Senhores passageiros, façam o favor de apertar os cintos de segurança que esta semana vamos andar a mil à hora :D
Depois de, mais do que compreendidas, entranhadas as duas semanas de Julgamento, passamos para o Carrooooooooooooo, Arcano VII.
Se o Julgamento foi tão agitado, o Carro só promete mais movimento, tempestades de areia e afins.
Agitação, meus senhores, é, no mínimo, o que se espera para os próximos sete dias...
É verdade que, para estes dias, existe uma viagem (física) planeada, mas temo bem ( pois estas coisas do tarot nunca têm SÓ um significado) que o Caminho me esteja a pôr o pé no acelerador da Grande Viagem...
Em termos teóricos, o Carro, carta final do primeiro septenário na Jornada do nosso Herói (e em breve dela aqui falarei) está, em primeiro lugar, relacionada com a letra Zayin do alfabeto hebraico, e com o caminho entre as
sephirot Chod - 8ª (fama; a esfera de Mercúrio) e Tiferet - 6ª (beleza; a esfera do Sol).
Sete... o número sete (só por si dava conteúdo para um blog!!) está relacionado com o ritmo da vida, a criação, os ciclos da natureza, resultando da adição entre a ideia e matéria (3+4).
A simbologia do sete é impressionante.... pensemos nos sete dias da semana, sete dias da Criação, sete chacras, sete cores do arco-íris, sete notas musicais, sete colinas de Roma, sete sacramentos católicos, sete braços do Chanuk, sete mares, sete pecados mortais, sete pragas, sete anões (?!?!?!)... E por aí fora... Será "coincidência"? Dificilmente!
O Carro, dizia eu, fala-nos de Vitória (que outra coisa resultaria do Caminho entre as esferas da Beleza e a da Fama?), do Ego que se (des)constrói para vencer! Esta é a figura que representa o herói que superou as "dificuldades" do Caminho e triunfa perante a sociedade. Esta vitória vem, não só do auto-controle, mas também do resultado de aplicação de uma forte disciplina em função de um objectivo.
Remeteria aqui para as noções de auto controle, de dedicação e tenacidade a que Patanjali se refere quando descreve o
yogi que queira vencer o seu
karma pela prática de Yoga. Nos seus aforismos, conhecidos por Yoga-Sutras, Patanjali descreve quais os obstáculos que se apresentam no Caminho e quais as qualidades necessárias ao nosso herói, a.k.a.,
yogi para que o faça com sucesso.
Muito curiosamente, a imagem mais associada ao Yoga é,
precisamente, a de um carro de cavalos selvagens ( os sentidos) que é preciso amestrar, a fim
de lhes permitir dar o melhor deles próprios na corrida em que o cocheiro (mente) os
guia. Tal visão implica,
necessariamente, uma visão
dual da constituição do homem:
o cocheiro – mente - e os cavalos - corpo, e, a ideia de que as forças
vitais são, por natureza, indisciplinadas e selvagens. Daí ser necessário um
método para as amestrar, contrariando a inquietude inata do homem.
Para mim, esse método tanto pode ser o Yoga como o Tarot.
Qualquer semelhança com a realidade NÃO é pura coincidência. :)
Bom, e com tanta força e energia no ar, deixem-me só ir buscar o capacete, não vá a aceleração provocar danos cerebrais :D
Num dia de Sol à última hora de Marte (só podia, certo?!)