Ora pois que se esta semana é dedicada à Alquimia vamos lá
tentar perceber que raio de palavrão é este!
Para falar de Alquimia, poderíamos começar por citar nomes
(muitos), pomposos e estratosféricos, contudo, se a Alquimia é o Caminho para a
Simplicidade ficamo-nos com dois nomes fundamentais nesta matéria e, claro, Portugueses.
José Medeiros é uma espécie de autoridade no assunto e dos
seus livros tenho retirado preciosos ensinamentos…
No seu “Manual de Espagíria” refere que um dos princípios fundamentais
da Alquimia diz que é a vida que cria a matéria e, através da sua evolução, as
energias da vida manifestadas pelas energias astrológicas e regidas pelas suas
próprias leis; são estas leis que permitem agir sobre a matéria. Portanto, a Alquimia
será o estudo da química e da vida, a Astrologia será o estudo da astronomia e
da vida e a Cabala será o estudo da física e da vida.
Um pouco mais atrás, e para Fernando Pessoa (esse grande maluco!), a
colaboração na experiência alquímica implica, em todos quantos
colaboram, o seguinte estado de espírito: a intenção preocupada e tanto quanto
possível firme de que a experiência dê resultado; a colocação do espírito em
estado de receptividade abstracta, para que o resultado, a dar-se, não encontre
obstáculos para se manifestar no espírito; e a abstenção completa de esperar
resultados materiais, sejam lucros directos ou benefícios externos de qualquer
espécie do resultado das experiências.
… Tampouco pode esperar que o resultado destas
experiências, em vez de beneficiar o espírito, o beneficie, por exemplo, na sua
vida social (como o acto de magia pode fazer).
Ora o que é que se pode daqui retirar?
Numa primeira e
levíssima abordagem sobre este assunto diremos apenas que a Alquimia, o trabalho para conseguir chegar à Pedra Filosofal
é um processo externo, sim, implica “fazer” algo, contudo o seu resultado é
interno, o “apurar” do ser, o aperfeiçoar do espírito...
Na verdade, para mim, é
um pouco parecido com o Karma-Yoga de que se fala na Bhagavad-Gita, "Canção do Senhor". Fazer sem olhar aos frutos da acção, fazer sem QUERER os “frutos” da acção…
E, no fundo, concluir que (sempre na lógica da
transversalidade da “religião” no seu sentido mais profundo), a afamada Guerra
Santa (Jihad) não é mais do que este Caminho que tem de ser feito, mas dentro
de nós;
Várias são as Vias para a Obra!
[Temos aqui, portanto, pano para mangas (ou seja, temas que davam para um blog inteiro), mas aos poucos contamos ir levantando o Véu].
Num dia de Marte, à primeira hora de Marte
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