domingo, 1 de setembro de 2013

Carta da Semana... O Dependurado O.o




É justo!

Depois de tantas viagens (internas e externas; físicas e emocionais), chapadas de luva branca, encontros imediatos de terceiríssimo grau e voltas e mais voltas no carrocel Araújo, cá temos esta nova semana que nos vai “parar” um pouco.

Estamos sob a energia do Arcano 12 (O dependurado).

Por um instante, a Vida coloca-nos de cabeça para baixo (ou num outro topoi – do grego τόπος), de uma outra perspectiva para nos analisarmos. Parece-me que faz todo o sentido; Depois de arrumados os “rabos de palha” (JulgamentoXX) e agitadas as águas (Carro VII) cumpre agora olhar para o que somos e para o que resta de nós de uma outra perspectiva. Só podia!

Aproveitemos este aparente “bloqueio” energético para nos colocarmos na nossa vida mas de uma outra perspectiva; O que nos falta mudar? Qual a área (amor, dinheiro, profissão, espiritualidade) que necessita de um (re)arranjo? O que quer a Vida mostrar-nos? Que sacrifício (do latim – sacrificium – no sentido de tornar sagrado) teremos de fazer?
Vamos estar atentos aos próximos dias porque decerto o vamos descobrir.

Numa das minhas analogias, procuro (e encontro) neste Arcano o simbolismo dos asanas “árvore” - vrikshasana e “vela” – sarvangasana;

Com o afluxo de sangue a acorrer ao cérebro, explica-se a auréola do “dependurado”; a Iluminação, o samadhi , a integração, depois da paragem e da aceitação.

No simbolismo do baralho de Waite, o nosso Herói pára, dependurado da cruz Tau, símbolo dos iniciados, da divindade da consagração (lembremos que Jesus foi crucificado (!)).

Porque esta é uma carta forte, acrescentamos dois excertos literários que nos ajudam a compreendê-la melhor:

Sei que pendia /Da árvore flexível,/Durante nove longas noites,
Ferida pela lança/Dedicada a Odin,/Eu mesma me feri/No galho da árvore;
Não é possível descobrir/ De qual raiz ela cresceu” 
 Edda (livro sagrado dos Nórdicos).

Não tentemos impedir uma pausa forçada. Ela é o precedente psíquico de toda a verdadeira compreensão.”
Robert M. Pirsig (Zen ou a arte de consertar uma moto).


 Num dia de Sol à segunda hora de Júpiter

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