Depois de tantas viagens (internas e externas; físicas e
emocionais), chapadas de luva branca, encontros imediatos de terceiríssimo grau
e voltas e mais voltas no carrocel Araújo, cá temos esta nova semana que nos
vai “parar” um pouco.
Estamos sob a energia do Arcano 12 (O dependurado).
Por um instante, a Vida coloca-nos de cabeça para baixo (ou
num outro topoi – do grego τόπος),
de uma outra perspectiva para nos analisarmos. Parece-me que faz todo o sentido;
Depois de arrumados os “rabos de palha” (JulgamentoXX) e agitadas as águas
(Carro VII) cumpre agora olhar para o que somos e para o que resta de nós de
uma outra perspectiva. Só podia!
Aproveitemos este aparente “bloqueio” energético para nos
colocarmos na nossa vida mas de uma outra perspectiva; O que nos falta mudar?
Qual a área (amor, dinheiro, profissão, espiritualidade) que necessita de um
(re)arranjo? O que quer a Vida mostrar-nos? Que sacrifício (do latim – sacrificium
– no sentido de tornar sagrado) teremos de fazer?
Vamos estar atentos aos próximos dias porque decerto o vamos
descobrir.
Numa das minhas analogias, procuro (e encontro) neste Arcano
o simbolismo dos asanas “árvore” - vrikshasana e “vela” – sarvangasana;
Com o afluxo de sangue a acorrer ao cérebro, explica-se a
auréola do “dependurado”; a Iluminação, o samadhi , a integração, depois
da paragem e da aceitação.
No simbolismo do baralho de Waite, o nosso Herói pára, dependurado da cruz Tau, símbolo dos
iniciados, da divindade da consagração (lembremos que Jesus foi crucificado
(!)).
Porque esta é uma carta forte, acrescentamos dois
excertos literários que nos ajudam a compreendê-la melhor:
“Sei que pendia /Da árvore flexível,/Durante nove longas noites,
Ferida pela lança/Dedicada a Odin,/Eu mesma me feri/No galho da árvore;Não é possível descobrir/ De qual raiz ela cresceu”
Edda (livro sagrado dos Nórdicos).
“Não tentemos impedir uma pausa forçada. Ela é o precedente
psíquico de toda a verdadeira compreensão.”
Robert M. Pirsig (Zen ou a arte de consertar uma moto).
Robert M. Pirsig (Zen ou a arte de consertar uma moto).
Num dia de Sol à segunda hora de Júpiter
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