Esta época do ano é (re)conhecida pela época das festas.
Sejam
as dos típicos Sto. António, S.João e S. Pedro de caractér mais geral,
sejam as festas que por todo o Portugal se espalham durante este
"Querido mês de Agosto".
Será puro "acaso"? Não senhor!
Desde
os tempos mais antigos que esta época em que nos encontramos reflecte o
fascínio que o Fogo exerce sobre o Homem. Se estivermos atentos, percebemos que o fogo se encontra
presente em todos os cultos e tradições magico-religiosas, seja sob a
forma simbólica de uma fogueira, de uma vela ou pela simples invocação
da cor vermelha.
De
facto, um dos maiores feitos na história da Humanidade terá sido a
descoberta e o domínio do fogo, elemento primordial para a sobrevivência
do Homem. Até tal facto ter acontecido, a nossa espécie encontrava-se
permanentemente à mercê das intempéries e a provações da Natureza (frio,
escuridão, ataques de animais, etc).
A descoberta de tal "fenómeno", podemos dizê-lo, permitiu "iluminar" o ser humano, a sua consciência, despertando-a!
Pela
sua natureza o fogo é o único elemento que não é "deste mundo", o único
em que não podemos tocar directamente sem nos magoarmos.
No
fundo a leitura da tradição do fogo essencialmente ligada a esta época
do ano, celebra a dissipação das trevas da ignorância e que deve ser
"alimentada" por cada um de nós, em busca da gnose interior. Disso são
exemplos as celebrações como Beltane.
Esta
noção de "fogo perpétuo" - enquanto presença divina que anima toda a
vida existente - foi reconhecida e celebrada por várias tradições do
mundo inteiro, através dos fogos que não deveriam nunca ser apagados,
sob pena de graves sanções impostas pelos deuses aos homens. Numa
leitura iniciática desta tradição, podemos considerar que o fogo
representa a consciência que dissipa as trevas da ignorânica e que deve
ser alimentada por cada um de nós, em busca do despertar da gnose
interior.
A
tradição dos fogos sagrados, apesar de espalhada por várias épocas do
ano, concentra-se principalmente nesta época e reflecte a "camuflagem"
dos cultos pagões com tradições católicas. Contudo, a conversão destas
celebrações pagãs a celebrações religiosas, portanto exotéricas, não
lhes retira o carácter interno, o seu significado mais profundo e
iniciático, logo esotérico.
Celebremos assim a (re)novação, a purificação e a morte da ignorância.
- Fonte - Almanaque Pagão Mandrágora
- Fonte - Almanaque Pagão Mandrágora
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