sábado, 23 de novembro de 2013

Os Mistérios de Elêusis




 No Hino homérico a Deméter encontramos as primeiras referências  aos mistérios de Elêusis.

Quais os factos que conduziram à instituição dos Mistérios? Plutão, deus dos infernos, raptou Perséfone, quando ela colhia flores com as ninfas suas companheiras. Sua mãe, Deméter, andou errante pela terra durante nove dias, sem comer em busca da sua filha. Ao décimo dia Hélios, que tudo vê, revelou-lhe o sucedido. Deméter irada afasta-se dos Olímpicos e, disfarçada de velha, chega a Elêusis. Convidada pelas filhas do rei, aceita a sua hospitalidade, e torna-se ama do filho do monarca. 

Mas, uma noite, a rainha surpreende-a no acto de segurar a criança sobre o fogo para o tornar imortal. A deusa, irada, revela a sua identidade e exige que lhe construam um templo. Logo que este se completa, encerra-se nele. Então, os campos deixam de produzir, e Zeus vê-se na obrigação de chamar Perséfone. Mas o marido tinha tido o cuidado de lhe dar a comer um grão de romã, por isso, o regresso não podia ser definitivo. 



Só poderia passar dois terços do ano com a mãe (O Inverno correspondia à estadia de Perséfone no reino de Plutão). Deméter ensina então aos reis de Elêusis a agricultura e os mistérios. A natureza do culto é, portanto, nitidamente agrária. Destina-se a propiciar a fertilidade, nas personas das Deusas Deméter e sua filha Perséfone.

Na Grécia antiga, Deméter era responsável por todas as formas de reprodução da vida, mas principalmente da vida vegetal, o que lhe rendeu o título de “Senhora das Plantas”, “A Verde”, “A que atrai o fruto” e “A que atrai as estações”. As pessoas a honravam ao usar guirlandas de flores enquanto marchavam pelas ruas, geralmente descalças. Acreditava-se que pisar na terra descalço aumentava a comunicação entre os humanos e a Deusa.

O propósito e o significado dos Mistérios eram a iniciação a uma visão. “Eleusis”, significa “o lugar da feliz chegada”, de onde os campos Elíseos tomam seu nome. O termo “Mistérios” provém da palavra “muein”, que significa “fechar” tanto os olhos como a boca. Faz referência ao segredo que rodeia as cerimónias e a conformidade requerida do iniciado, ou seja, se exige de ele ou ela permita que se faça algo: daí se deduz o significado de “iniciar”. A culminação da cerimónia consistia na exposição de objectos sagrados no santuário interno às mãos do sumo sacerdote ou hierofante (hiera phainon), “o que faz que os objectos sagrados apareçam”. 

Num dia de Saturno à segunda hora de Marte

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