terça-feira, 10 de abril de 2012

Preces, mantras e orações

Desde cedo que "tive" de aprender as orações base do Catolicismo como forma de apaziguar o espírito de quem me educava. Era "feio" se fosse à Igreja e não as soubesse; arderia no Inferno agonizante se não as recitasse... pelo menos as básicas.

Escusado será dizer que na minha cabeça entrou apenas o Pai Nosso e a Avé Maria. E chegou-me.
Não que me entusiasmasse por aí além a ideia de me aceitar como pecadora, ter de pedir perdão por coisas que ainda nem tinha feito, mas acabei por ceder. 

Também nunca estive muito preocupada com a Salvação; Sinceramente, a mim, essa senhora nunca me importou grande coisa, especialmente se a Salvação implicava ter de ir à missa (onde tantas vezes adormeci), e se essa mesma senhora, a-tal-de-Salvação, viesse até mim, não só, mas também, pelo contacto com os Padres da Igreja Católica que eu conhecia e que... enfim, eram "demasiado" humanos e muito pouco... seguidores dos dogmas e das regras que eles próprios professavam.

Tal "divórcio" entre a minha pessoa e os dogmas Católicos foi-se adensando no meu espírito e acabou mesmo por ser consumado.
Contudo, não foi isso que que me afastou  daquilo a que eu comecei por chamar a busca da minha individualidade espiritual - procurar e encontrar, quem sabe, os valores espirituais com que me identificava.
Curiosamente, uns, encontrei-os dentro do Cristianismo, outros no Judaísmo, no Islamismo outros dentro de mim, outros ainda nas pessoas com quem me tenho cruzado na Vida, e por aí fora...
A oração, seja ela qual for a sua origem, tem um poder enorme.

Cada uma delas é um "mantra" (sim, porque no fundo a oração é um mantra) onde o Viajante, que repete ininterruptamente a mesma sequência de palavras, acaba por entrar num estado alterado de consciência e que, através da energia sonora gerada, põe em movimento outras tantas energias que o envolvem a si e aos que o rodeiam.

Uma das orações mais belas com que me deparei veio ter comigo "por acaso".


Um dia vieram-me parar às mãos as pautas de uma música lindíssima, chamada Irish Blessing... Desde então, até hoje, ainda há momentos em que, sem dar por isso, a canto para mim... Ou seja, há momentos em que, sem dar por isso, rezo...

E não é que dá mesmo vontade de rezar?

Aqui fica a letra:

May the road rise up to meet you.
May the wind always be at your back.
May the sun shine warm upon your face,
and rains fall soft upon your fields.
And until we meet again,
May God hold you in the palm of His hand.
À 3ª hora do Sol num Dia de Marte




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